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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Eu não discuto religião, futebol, etc.


Questões religiosas são sempre delicadas. Aqueles que não querem entrar no assunto sempre utilizam o bom e velho: “eu não discuto religião, futebol, etc...”. Eu tinha adotado essa postura uns tempos atrás, e aliais, acho que ainda a sigo só que do meu jeito. Há alguns dias, o comportamento de duas pessoas próximas de mim me fizeram pensar bastante em voltar a discutir sobre isso. Ok, eu não digo nem que será uma discussão...é mais, algo parecido com a expressão da minha opinião que anteriormente por intuição do momento, escolhi não expressar, mas que com os pensamentos derivados dessa intuição resolvi compartilhar aqui.

Existe uma sutil e importante diferença entre fé e religião Fé é aquilo que você acredita porque sente dentro de você aquela força inexplicável que te impulsiona quando tudo te puxa para o lado contrário. Religião é a forma, a maneira utilizada pelo homem de expressar, viver, compartilhar suas experiências de fé, sejam elas nos padrões tradicionais, em novos padrões, culturas e diversidades que compôem as sociedades do planeta.


Outro dia, eu descobri que uma pessoa super querida é atéia. Eu nunca tinha conhecido um ateu de verdade, do tipo que diz e afirma verdadeiramente que não acredita em Deus. Já vi gente que se diz religioso mas tem atitudes completamente diferentes de alguém que entende ou que vive isso de verdade, mesmo sem entender, ou mesmo pessoas que não têm religião, mas acreditam em Deus, mas um ateu de verdade, eu ainda não conhecia...Confesso, que foi uma surpresa. A pessoa é uma garota, como eu. Só que ela é tão calma, tão centrada, tão pacífica, tão meiga, e tão aparentemente feliz (é, eu digo aparentemente, porque é impossível julgar a felicidade das pessoas afinal, não cabe a mim isso, é subjetividade em alto nível) que a primeira vista ela se encaixa em um padrão que eu adotei desde criança como pertencente ao perfil daquelas pessoas bem religiosas, sabe?

Desde que eu era pequena, sempre tive a impressão de que as pessoas mais velhas sempre são mais centradas, mais calmas e mais sábias que os jovens, tendo em vista que a maioria delas (pelo menos as que eu conhecia) eram religiosas. Eu fazia essa ligação, sabe? Pessoa calminha, centrada, pacífica era sinônimo de religiosidade. Entretanto, minhas experiências com religião, pessoas e etc. me fizeram mudar esse pré-conceito (não preconceito, ta?) que eu tinha em relação a isso. Conheci pessoas religiosas que de calmas e tranqüilas nada tinham, que pelo contrário, por conta de todo o conhecimento e toda a idéia de provação, pecado,etc., sofriam bastante em aceitar as “coisas do mundo” ou a entender certas situações e se tornavam amargas, sérias e sofridas. Por outro lado,também conheci pessoas que nada tinham de religioso, mas que eram tão convictas em seus ideais de bondade, honestidade, etc., que aceitavam problemas e que sabiam levar a vida de forma leve, independente de estar em dia ou não com a sua religiosidade.

Daí, quando soube que essa pessoa é atéia lembrei-me demais desse meu pré-conceito e logo em seguida, dias depois, dei de cara com outra quebra de outro pré-conceito que eu tinha ainda nesse sentido. Achava que pessoas sempre muito racionais, que se mostram seguras, fortes, inteligentes e com plena capacidade de administrar seus sentimentos não poderiam se encaixar no perfil de fanáticos religiosos. Fanáticos, entendam, no sentido mais leve da palavra, preciso deixar claro que não estou falando de nenhum homem-bomba do Oriente Médio, hehehe. Mas, sim, do tipo de pessoa que me preocupa, mais do que a pessoa que é atéia. A atéia que conheço, prima pela liberdade, pela bondade, pela honestidade, pelas coisas boas do planeta e não força e nem condena quem, ao contrário dela, acredita em Deus. É extremamente desconfortável você emitir uma opinião e ser recriminada por conta das crenças e da opinião de um extremista. “Eu não discuto religião, futebol, etc.” era o mantra que eu cantarolava mentalmente, enquanto eu era torrencialmente bombardeada por citações bíblicas, e expressões sobre o fim dos tempos, sobre a maldade, os demônios, etc. que estavam por trás do meu gosto pelo entretenimento dos filmes de ficção com bruxos, vampiros e afins. Cantarolava, porque na minha racionalidade, eu tinha consciência, de que o bombardeio era sincero, dentro do que a pessoa acredita, no sentido de que ela queria me “alertar” sobre todas as coisas que ela acredita e por conta disso, e por eu gostar dela que é uma pessoa boa de coração, eu nada disse.

Dois extremos, com Deus, sem Deus. E eu no meio de tudo isso, adicionando mais uma vez experiências que montarão as minhas crenças e a minha definição de religiosidade ou ausência dela durante a minha vida. E mais uma vez, extremos não são pra mim.

Não é dizer que eu estou em cima do muro, mas a cada dia, eu tenho mais convicção de que minhas idéias, meio-termo, são essenciais no meu equilíbrio. E que é assim que eu quero e pretendo levar minha vida e passar isso pros meus filhos.


E eu vou continuar me divertindo com o Harry, o Edward, Jacob, Damon Salvatore. (linds)

Um comentário:

Flavorita disse...

Fanatismo, em qlqr área q seja.. BLEH!
Gente de mente pequena q justifica isso pela religião. Irritante pow!
Ás vezes nem sabe direito oq tá defendendo e só o faz pq "assim ensinaram", através de dogmas, ideologias e etc..
Acreditar em algo, ter sua fé naquilo, é do ser humano, e nada reprovável. Mas abrir a boca pra "pregar" algo q simplesmente foi posto pra vc.. dá nem vontade de discutir mesmo.
Senta lá, Claúdia.