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sábado, 28 de março de 2009

De pernas para o ar!


De pernas para o ar.
Às vezes a vida está.
Mas, quão bom é deixar de estar firme, rente ao chão?

Ah! Tão bom quanto ferir o coração!

De pernas para o ar.
Faz o mundo girar,
e uma rotina inteira mudar.

De pernas para o ar.
De frente com a liberdade estar,
e um infinito de possibilidades enxergar.

De pernas para o ar.
Sentir o chão subir e o céu ruir,
deslizando no espaço de ar
cheia de movimentos sublimes e claros,
de fazer rir.

Priscila Sampaio.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Os efeitos de um fruto envenenado.


Vocês devem ter ouvido falar nos últimos dias do caso da menina de 9 anos em algum lugar aqui do nosso Brasil varonil que fora estuprada pelo pai/padrasto não sei ao certo e que em consequencia disso ficou grávida, né?! Pois é...em meio a essa notícia triste entrou em pauta uma discussão extremamente sem necessidade a cerca do aborto cometido pelos médicos que trataram da menina, haja vista o risco que havia para a sobrevivencia da mesma, pois seu organismo não tinha ainda condições de abrigar a geração de um bebê.

Essa discussão travou-se a partir de uma declaração de um padre também brasileiro que disse que o "crime" cometido pelos médicos ao realizar o aborto era pior que o crime de estupro praticado contra uma menina de 9 anos de idade. Confesso que não tinha visto ainda essa notícia e nem sabia do caso quando na última segunda-feira meu professor de Civil a deu como exemplo em uma aula. O fato é que meu professor, nao se deteve somente a comentar o caso como exemplo do assunto explanado na aula (capacidade civil), mas tomou a liberdade de, como ele mesmo disse, por ser católico, tecer comentários e críticas acerca da Igreja católica não somente à declaração do padre em questão, mas também a toda a questão do crescimento das demais igrejas em nosso país.
É claro que o aborto não foi pior que o crime de estupro contra a menina e não há motivos para permitir que uma gestação perigosa para ela siga adiante (que provavelmente nem tinha seu organismo pronto para gerar um bebê), mas, diante de tudo isso, comecei a refletir sobre as notícias divulgadas sobre a Ig. Católica nos últimos tempos, e percebi que normalmente só são realmente divulgadas notícias das coisas ruins que acontecem nela, apesar de todas as coisas boas que as pastorais e que seus fiéis fazem dia-após-dia no mundo inteiro.
O fato é que a Igreja Católica é feita por homens e os homens erram, são pecadores. É totalmente equivocado, tirar a conclusão de que toda a instituição da Ig. Católica é ruim, está errada, antiquada, etc, somente pelas ações e atitudes de alguns de seus integrantes. Tratar a infeliz declaração do padre no caso mencionado bem como por exemplo, os infelizes, tristes, ridículos e absurdos casos de pedofilia por exemplo como fatos constantes e pertencentes à essência do catolicismo é simplesmente uma grande injustiça e uma forma medíocre de ver as coisas.
Se assim fosse, poderíamos dizer que à Igreja Católica aplica-se a Teoria dos Frutos da Árvore envenenada utilizada na ciência do Direito, já que ela diz que: "A Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada entende que os vícios da “planta são transmitidos aos seus frutos”. Em outras palavras, os vícios de uma determinada prova contaminam os demais meios probatórios que dela se originaram."

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/10575/1/teoria-dos-frutos-da-arvore-envenenada/pagina1.html

Ora! Se assim fosse, todos os católicos seriam pessoas sem noção e absolutamente radicais, afinal, o problema vem da Igreja que dissemina estes pensamentos e concepções por ai! Mas nao é asism que acontece, porque a realidade é outra. A consequência da presença de pessoas nem sempre bem esclarecidas ou mesmo, de pessoas que possuem um lado extremista, ou que
distorcem o que diz realmente a Igreja Católica em posições de liderança dentro da Igreja, é esta: perante o restante da sociedade, quando estas pessoas (os frutos envenenados) agem de maneira errada, a sociedade tende a entender a Igreja Católica em si é um problema, quando na verdade não é!
Sempre fui adepta do seguinte pensamento: se você tem uma convicção, um pensamento tido como certo pra você, não seja hipócrita. Viva-o, seja exemplo e não apenas critique quem não o faz.
Em consequência, lembrei-me do que meu professor disse: "eu, como católico, posso falar que é por essas coisas que a Igreja Católica diminui em quantidade de fiéis e está desmoronando, pois nao acompanha a evolução da sociedade e sempre vem com esta hiprocrisia tida como tradicional."
Parei pra pensar nisso e me dei conta de que em parte ele está correto. Já há tempos havia percebido e experimentado na pele a grande fragilidade e a grande responsabilidade da Igreja ou mesmo da religião(qualquer uma). Certos fatos me distanciaram do trabalho dedicado à Igreja por nao concordar com muitas coisas que vi lá dentro. Muitas não eram erradas, mas eu não as aceitava por saber que muitas delas não poderiam ser vividas por mim a ponto de eu poder com a consciência tranquila agir sem hipocrisia e não me enquadrar no ditado: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Entretanto, isso não faz com que eu chegue a pensar que isso compõe a doutrina da Igreja Católica por si só, somente, são casos isolados dentro da imensidão e da universalidade que a compõe, na forma de agir, de trabalhar e principalmente na forma de executar e viver o que aprendemos ali que é o amor, a compreensão, o perdão, etc. Confesso que fiquei/fico cada vez mais preocupada com essas situações, e a cada dia, os padres e as autoridades eclesiásticas cooperam de pouco em pouco para a decadência da Santa Igreja, pois muitos não pensam antes de fazer uma declaração à mídia, antes de agir com extrema distorsão dos fundamentos e verdadeiros entendimentos trazidos no Catolicismo.

"Um exemplo vale mais que mil palavras."



quinta-feira, 5 de março de 2009

Litoral.


De tarde eu quero descansar, chegar ate a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.
[Renato Russo]